A raiva é uma doença provocada por vírus,
caracterizada por sintomatologia nervosa que acomete animais e seres humanos.
Transmitida por cão, gato, rato, bovino, eqüino, suíno, macaco, morcego e
animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele
lesionada por animais raivosos.
Os animais silvestres são reservatório
primário para a raiva na maior parte do mundo, mas os animais domésticos de
estimação são as principais fontes de transmissão para os seres humanos.
SINTOMAS NOS ANIMAIS:
Neste estágio o animal para de comer e
beber. O estágio paralítico pode durar de um a dois dias, seguido de morte por
parada respiratória. O período de incubação, a partir da mordida até o início
dos sinais clínicos, é variável, podendo ser de duas semanas a seis meses. Mas a
partir do momento em que sejam vistos os sinais neurológicos, a doença é
rapidamente progressiva, com a morte ocorrendo dentro de sete dias, na maioria
dos animais. Mordidas na face, cabeça e pescoço resultam em períodos de
incubação mais curto.
SINTOMAS NOS HUMANOS:
O homem recebe o vírus da raiva através do
contato com a saliva do animal enfermo. Isto quer dizer que, para ser inoculado,
não precisa necessariamente ser mordido - basta que um corte, ferida, arranhão
profundo ou queimadura em sua pele entrem em contato com a saliva do raivoso.
Independente da forma de penetração, o vírus se dirige sempre para o sistema
nervoso central. O tempo de incubação, porém, varia com a natureza do vírus, o
local da inoculação e a quantidade inoculada. Se o ponto de contágio tiver sido
a cabeça, o pescoço ou os membros superiores, o período de incubação será mais
breve, porque o vírus atingirá a região predileta com maior rigidez. A partir
daí, o vírus migra para os tecidos, mas sobretudo para as glândulas salivares,
de onde é excretado juntamente com a saliva.
Tanto no homem como nos animais, quando os
sintomas da moléstia se manifestam, já não há mais cura possível - a morte é
certa. Assim, todo tratamento tem que ser feito durante o período de incubação,
quando o paciente não apresenta sintomas e não manifesta queixas.
No homem, o primeiro sintoma é uma febre
pouco intensa (38 graus centígrados) acompanhada de dor de cabeça e depressão
nervosa. Em seguida, a temperatura torna-se mais elevada, atingindo 40 a 42
graus. Logo a vítima começa a ficar inquieta e agitada, sofre espasmos dolorosos
na laringe e faringe e passa a respirar e engolir com dificuldade. Os espasmos
estendem-se depois aos músculos do tronco e das extremidades dos membros, de
forma intermitente e acompanhados de tremores generalizados, taquicardia, parada
de respiração.
Qualquer tipo de excitação pode provocá-los
(luminosa, sonora, aérea, etc.). O homem, ao contrário do cão, torna-se
hidrófobo (sofre espasmos violentos quando vê ou tenta beber água).
Freqüentemente experimenta ataques de terror e depressão nervosa, apresentando
tendência à vociferação, à gritaria e à agressividade, com acessos de fúria,
alucinações visuais e auditivas, baba e delírio.
Esse período de extrema excitação dura cerca
de três dias, vindo, a seguir, a fase de paralisia, mais rápida e menos comum
nos homens do que nos animais. É então que se nota paralisia flácida da face, da
língua, dos músculos da deglutição, dos oculares e das extremidades dos membros.
Mais tarde, a condição pode atingir todo o corpo.
Às vezes, a moléstia pode manifestar
evolução diferente: surge com a paralisia progressiva das extremidades e logo se
generaliza. Mas, seja qual for o tipo, a raiva sempre apresenta uma evolução
fatal para o paciente.
PROFILAXIA:
A profilaxia é vacinar os animais de
estimação a partir de 3 meses de idade e depois anualmente; capturar cães de
rua; controlar os transmissores (morcegos), evitando, porém, contato direto com
o mesmo. Caso seja detectada a presença de morcegos em alguma região deve-se
procurar iluminar áreas externas nas residências, colocar telas nos vãos,
janelas e buracos e fechar ou vedar porões, pisos falsos e cômodos pouco
utilizados que permitam o alojamento de colônias. Fique atento aos locais mais
freqüentes onde os morcegos se alojam: Sótãos, forros, porões, pisos falsos,
garagens, vãos de dilatação de prédios, casas de maquinas (elevadores), caixas
de persianas, estábulos, copas das árvores, troncos ocos de árvores, cavernas e
edifícios abandonados.
Quando se deparar com um desses animais,
procure não provocá-lo, nem tente capturá-lo. Afaste as pessoas e animais do
ambiente onde o morcego se instalou e isole o local, se possível. Evite sempre o
contato direto com qualquer tipo de morcego vivo ou morto. Caso tenha problemas
procure o Centro de Zoonoses de sua cidade ou uma orientação Médico Veterinário.
O QUE FAZER COM O ANIMAL COM SUSPEITA DE
RAIVA?
O animal com suspeita de raiva deve ser
isolado e ficar em observação ou sofrer eutanásia, para ser realizado um exame
do cérebro e tronco cerebral em busca do vírus. Se houve exposição humana ou
animal de um outro animal com sintomas clínicos sugestivos de raiva, deverá
ocorrer inoculação em camundongos para verificar a presença do vírus, isto
quando o exame cerebral der negativo.
Esses animais (cães e gatos) que morderam
seres humanos e apresentaram sintomatologia nervosa devem sofrer eutanásia e ter
seus cérebros examinados para verificar a presença do vírus da raiva. Já cães e
gatos sadios, de donos conhecidos, devem ser confinados por dez dias de
observação após a mordida, em busca de sintomas de raiva (para verificar se a
pessoa foi exposta à raiva). Caso o resultado dê positivo, com a presença do
vírus da raiva, deverá ser iniciada a imunização o mais rápido possível, pois
não há período de espera seguro.
Caso este cão e gato estejam atualmente
imunizados (tomaram vacina contra a raiva) e foram mordidos por um animal
comprovadamente raivoso ou mordidos por animais silvestres numa área onde há
casos de raiva, devem ser revacinados e observados durante 90 dias. Entretanto,
os animais não vacinados devem sofrer eutanásia ou, se o dono não quiser, devem
ficar confinados a um estrito isolamento durante 10 dias. Após este período (e
se estiver sadio) poderá voltar ao seu dono.
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